Apesar de tantos estudos, reflexões e publicações sobre a relação da escola na formação dos indivíduos, e de novas metodologias da prática educativa, criticando o anacronismo da pedagogia tradicional e seu caráter desumanizador, os alunos ainda se deparam com professores autoritários, com repressão de suas possibilidades criativas, com depositadores de conteúdo, entre outras situações.
Ao aluno muitas vezes é negado o direito de existir em detrimento de uma educação formal que os trata como coisas, objetos e seres submissos. Os valores e as normas são ditadas pela instituição e pelos professores são transmitidos como a verdade que eles são proibidos de negar.
Um fato vivenciado por alunos de uma escola de Pouso Alegre (MG), onde uma professora não permite que os alunos façam perguntas em sua aula, alegando que ela não pode ser interrompida. Os alunos assistem sua aula e não conseguem tirar suas dúvidas com relação à matéria, também não conseguem associar muitos dos assuntos tratados na aula em seu dia-a-dia, pois a aula se apresenta por demais teórica.
Numa conversa com os alunos, alguns deles relataram que: “Ela fala o tempo todo sem parar, e quando pergunta ela não responde, é um absurdo!”, outro relato “essa professora ganha dinheiro pra falar o que leu, não pra ensinar”.
Estamos em pleno século XXI e a educação vigente trata o aluno como um mero reprodutor, além de condicioná-lo a mostrar que sabe – o que é diferente de saber. Quando se ignora o aluno desqualifica-o enquanto pessoa, ignora suas potencialidades e suas possibilidades de vida: de ser, de criar. Tudo indica que essa prática educativa serve somente para servir a ela mesma, não serve para os alunos, e cria pessoas pacatas, apolíticas e não-participativas.
Para essa questão, penso que todos temos que nos unir e lutar através de diferentes maneiras pela educação, já que a educação nos afeta como um todo: nossas maneiras de ser, de agir, de pensar, de reagir, de sentir, de falar, de se posicionar, etc.
Se a educação não está fazendo bem as pessoas, precisamos intervir constantemente afim de melhorar essa realidade: conversando com professores, com alunos e com a escola; exigir que o espaço da escola seja um espaço de diálogo; discutir com amigos sobre a educação de seus filhos; fazer trabalhos sobre o tema; e até sair nas ruas como essas pessoas da foto fizeram.
Bruno Carrasco, agosto de 2008.
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